terça-feira, 4 de novembro de 2008

O Chumbo no Meio Ambiente...

O chumbo é um elemento abundante em toda a crosta terrestre e sua utilização já ocorria em épocas bem antigas. Ao longo do tempo, seu manuseio tem aumentado progressivamente. Quando em grandes concentrações, o contato humano com esse metal pode levar a distúrbios de praticamente todas as partes do organismo - sistema nervoso central, sangue e rins – culminando com a morte. Em doses baixas, há alteração na produção de hemoglobina (molécula presente nas células vermelhas do sangue, responsável pela ligação dessas células ao oxigênio) e processos bioquímicos cerebrais. Isso leva a alterações psicológicas e comportamentais sendo a diminuição da inteligência um dos efeitos.História da Intoxicação pelo ChumboHá uma longa história sobre a intoxicação pelo chumbo nos alimentos e bebidas. No Império Romano era comum devido ao fato de serem os canos feitos de chumbo, assim como os vasos onde se guardavam os vinhos e alimentos.A intoxicação ocupacional foi primeiramente pronunciada em 370 DC. Foi comum entre os trabalhadores do século XIX e início do século XX (como pintores, encanadores e outros). Em 1883 foi feita, na Inglaterra, a primeira legislação com relação à proteção de trabalhadores expostos, devido à morte de diversos empregados de empresas de chumbo em 1882.Atualmente, a intoxicação aguda pelo chumbo em países desenvolvidos tem sido controlada devido à melhoria das condições de trabalho. Entretanto, tem-se questionado os males causados pela exposição a doses baixas de chumbo durante um longo período, especialmente em crianças. Em 1943, um estudo nos EUA, com crianças expostas, levou a resultados comprovadores de alterações neuropsicológicas na exposição crônica a doses leves e após exposição aguda a doses altas.Muitas pesquisas foram feitas nos últimos 30 anos avaliando as concentrações de chumbo no sangue e seus efeitos. Assim, têm-se descoberto distúrbios com concentrações cada vez menores.Atualmente, o público mais afetado está localizado nos países mais pobres, representando minorias populacionais desfavorecidas. Exposição Ambiental ao ChumboA exposição ambiental ao chumbo aumentou bastante após o processo de industrialização e o aumento da mineração. É uma exposição maior que de outros elementos da natureza. Globalmente, calcula-se que cerca de 300 milhões de toneladas de chumbo já foram expostas no meio ambiente durante os últimos cinco milênios, especialmente nos últimos 500 anos. Após o advento do automobilismo, no início do século XX, aumentou-se bastante a exposição de chumbo devido ao seu uso junto com o petróleo.O consumo de chumbo aumentou significativamente nos países em desenvolvimento entre 1979 e 1990. Atualmente, a contaminação de chumbo nas águas, solo e ar continua significativa. Calcula-se que a concentração de chumbo no sangue era até 500 vezes menor nos seres humanos da era pré-industrial. Exposição ao Chumbo nas CriançasAs crianças são um grupo sensível aos efeitos do chumbo devido a vários fatores:- consumo por quilo de peso é maior do que nos adultos;- crianças colocam objetos na boca com freqüência, que levam sujeiras do solo;- a absorção de chumbo pelo organismo das crianças é maior do que pelo adulto;- crianças pequenas estão em desenvolvimento rápido e constante, seus sistemas não estão completamente desenvolvidos e assim são mais vulneráveis aos efeitos do chumbo.Como já dito anteriormente, as crianças mais pobres estão bem mais sujeitas à intoxicação, devido ao local de residência ser perto de indústrias ou de vias de alto tráfego e devido à desnutrição como fator agravante.É comprovadamente sabido dos danos que a exposição contínua a baixas doses de chumbo leva a crianças pequenas – diminuição importante do desenvolvimento intelectual – efeitos esses geralmente irreversíveis. Percebe-se que para cada 10 microgramas acima da concentração de 25 microgramas no sangue, há uma diminuição no QI de 1 a 3 pontos. Onde está o Chumbo no Meio Ambiente?Diferente da intoxicação aguda que geralmente tem sua fonte facilmente detectável, a exposição prolongada deve-se a várias fontes – petróleo, processos industriais, tintas, soldas em enlatados, canos de água, ar, poeira, sujeira das ruas e vias, solo, água e alimentos. O chumbo proveniente do petróleo é o maior contribuinte para a exposição corpórea e a maior forma de distribuição do metal no meio ambiente. Daí contamina-se o solo, ar e água. É um grande problema ambiental que somente recentemente tem sido valorizado pelos países em desenvolvimento. Exposição OcupacionalÉ ainda algo comum, manifestando-se de diversas maneiras. Algumas profissões têm um risco muito maior: montagem de veículos, montagem e recuperação de baterias, soldagem, mineração, manufaturação de plásticos, vidros, cerâmicas e indústrias de tintas, oficinas de artesanato. Há várias situações em que o local de trabalho é a própria casa o que leva a exposição às crianças e vizinhança. Legislações rigorosas têm sido seguidas nos países ricos há algum tempo, o que não ocorre nos países do terceiro mundo, onde várias regiões podem estar sendo expostas devido a fábricas sem uso de proteção ambiental. Exposição AmbientalPaíses DesenvolvidosNesses países, tem-se conseguido uma diminuição no uso de chumbo principalmente no petróleo, nos últimos anos. A concentração sangüínea de chumbo nos cidadãos diminuiu drasticamente nos últimos 20 anos. Nos EUA, essa diminuição foi de 78%. Programas de prevenção à exposição ao chumbo estão tendendo a focalizar em crianças moradoras de casas antigas, provenientes de minorias de baixa renda. Outros países onde também houve essa diminuição foram a Alemanha, Bélgica, Nova Zelândia, Suécia e Inglaterra. Países em DesenvolvimentoO chumbo continua a ser um importante problema de saúde pública nesses países, com várias formas de exposição. Na América Latina, a exposição é pequena através de tintas, mas é grande através de cerâmicas. A exposição por diversas fontes parece ser até mais importante do que pelo petróleo, especialmente na população pobre – mineração, fábricas de baterias, artesanato, fundições. Países como Jamaica e Albânia tiveram suas populações expostas (residentes de áreas perto de fábricas) estudadas tendo sido demonstrado uma concentração sangüínea duas vezes maior do que as pessoas não expostas. A China também contribui com dados parecidos, sendo que houve grande número de crianças com taxas sangüíneas altas mesmo morando longe de fábricas, o que sugere ser devido à exposição ao petróleo (combustíveis) que tem grande quantidade de chumbo naquele país. No México, o risco de exposição ao chumbo esteve relacionado com o tipo de cerâmica utilizada para o preparo da alimentação, concentração de chumbo do ar devido à emissão por veículos e na sujeira e poeira com as quais as crianças têm contato. A África tem um petróleo com as maiores concentrações de chumbo do planeta. O nível de chumbo no solo também é grande. A exposição às crianças é um problema sério de saúde pública, que está relacionado com o nível cultural dos pais e a situação sócio-econômica. Na Tailândia, após a retirada do chumbo dos combustíveis, houve uma melhora importante nas concentrações atmosféricas locais.ConclusãoDevido à dificuldade de se acabar com as exposições globais de chumbo a curto e médio prazo, muito deve ser feito para localizar populações de risco e assim, alterar ciclos de poluição que por ventura possam estar se perpetuando. Dentre as várias intervenções internacionais que podem diminuir a utilização do chumbo e assim sua exposição estão:- Remoção do chumbo do petróleo e aditivos, tintas, vasilhas de estocagem de alimentos, cosméticos e medicamentos.- Diminuição da dissolução de chumbo nos sistemas de tratamento e distribuição de água.- Melhora do controle nos locais de trabalho, através de fiscalizações mais sérias.- Melhora da identificação de populações de risco.- Melhora de procedimentos preventivos através da educação populacional.- Promoção de programas que visem a diminuição da desnutrição e de outros fatores que agravem a intoxicação ao chumbo.- Desenvolvimento de monitorização internacional através de programas de controle de qualidade.Cerca de 100 países, a maioria desenvolvidos, ainda utilizam o chumbo no petróleo. Evidências de pesquisas demonstraram ser a retirada do chumbo presente no petróleo um dos meios mais eficientes para a sua diminuição atmosférica. Muitos países em desenvolvimento já começaram sua luta contra o chumbo: Bangladesh, China, Egito, Haiti, Honduras, Hungria, Índia, Kuwait, Nicarágua, Malásia e Tailândia. O sucesso desse movimento está dependente do compromisso sério dos governos, incentivando políticas favoráveis para que um amplo consenso seja atingido. Não se pode deixar de enfatizar, em última análise, a importância da união de diversos grupos de países nesse objetivo.Fonte: Bulletin of The World Health OrganizationIntroduçãoO chumbo é um elemento abundante em toda a crosta terrestre e sua utilização já ocorria em épocas bem antigas. Ao longo do tempo, seu manuseio tem aumentado progressivamente. Quando em grandes concentrações, o contato humano com esse metal pode levar a distúrbios de praticamente todas as partes do organismo - sistema nervoso central, sangue e rins – culminando com a morte. Em doses baixas, há alteração na produção de hemoglobina (molécula presente nas células vermelhas do sangue, responsável pela ligação dessas células ao oxigênio) e processos bioquímicos cerebrais. Isso leva a alterações psicológicas e comportamentais sendo a diminuição da inteligência um dos efeitos.Uma pesquisa sobre o tema foi realizada pelo Dr. Shilu Tong e colaboradores, do Centro de Pesquisa em Saúde Pública da Universidade de Tecnologia de Queensland, Brisbane – Austrália. Um artigo sobre a pesquisa foi publicado no Boletim da OMS deste ano. Um resumo desse artigo segue abaixo.História da Intoxicação pelo ChumboHá uma longa história sobre a intoxicação pelo chumbo nos alimentos e bebidas. No Império Romano era comum devido ao fato de serem os canos feitos de chumbo, assim como os vasos onde se guardavam os vinhos e alimentos.A intoxicação ocupacional foi primeiramente pronunciada em 370 BC. Foi comum entre os trabalhadores do século XIX e início do século XX (como pintores, encanadores e outros). Em 1883 foi feita, na Inglaterra, a primeira legislação com relação à proteção de trabalhadores expostos, devido à morte de diversos empregados de empresas de chumbo em 1882.Atualmente, a intoxicação aguda pelo chumbo em países desenvolvidos tem sido controlada devido à melhoria das condições de trabalho. Entretanto, tem-se questionado os males causados pela exposição a doses baixas de chumbo durante um longo período, especialmente em crianças. Em 1943, um estudo nos EUA, com crianças expostas, levou a resultados comprovadores de alterações neuropsicológicas na exposição crônica a doses leves e após exposição aguda a doses altas.Muitas pesquisas foram feitas nos últimos 30 anos avaliando as concentrações de chumbo no sangue e seus efeitos. Assim, têm-se descoberto distúrbios com concentrações cada vez menores.Atualmente, o público mais afetado está localizado nos países mais pobres, representando minorias populacionais desfavorecidas. Exposição Ambiental ao ChumboA exposição ambiental ao chumbo aumentou bastante após o processo de industrialização e o aumento da mineração. É uma exposição maior que de outros elementos da natureza. Globalmente, calcula-se que cerca de 300 milhões de toneladas de chumbo já foram expostas no meio ambiente durante os últimos cinco milênios, especialmente nos últimos 500 anos. Após o advento do automobilismo, no início do século XX, aumentou-se bastante a exposição de chumbo devido ao seu uso junto com o petróleo.O consumo de chumbo aumentou significativamente nos países em desenvolvimento entre 1979 e 1990. Atualmente, a contaminação de chumbo nas águas, solo e ar continua significativa. Calcula-se que a concentração de chumbo no sangue era até 500 vezes menor nos seres humanos da era pré-industrial. Exposição ao Chumbo nas CriançasAs crianças são um grupo sensível aos efeitos do chumbo devido a vários fatores:- consumo por quilo de peso é maior do que nos adultos;- crianças colocam objetos na boca com freqüência, que levam sujeiras do solo;- a absorção de chumbo pelo organismo das crianças é maior do que pelo adulto;- crianças pequenas estão em desenvolvimento rápido e constante, seus sistemas não estão completamente desenvolvidos e assim são mais vulneráveis aos efeitos do chumbo.Como já dito anteriormente, as crianças mais pobres estão bem mais sujeitas à intoxicação, devido ao local de residência ser perto de indústrias ou de vias de alto tráfego e devido à desnutrição como fator agravante.É comprovadamente sabido dos danos que a exposição contínua a baixas doses de chumbo leva a crianças pequenas – diminuição importante do desenvolvimento intelectual – efeitos esses geralmente irreversíveis. Percebe-se que para cada 10 microgramas acima da concentração de 25 microgramas no sangue, há uma diminuição no QI de 1 a 3 pontos. Onde está o Chumbo no Meio Ambiente?Diferente da intoxicação aguda que geralmente tem sua fonte facilmente detectável, a exposição prolongada deve-se a várias fontes – petróleo, processos industriais, tintas, soldas em enlatados, canos de água, ar, poeira, sujeira das ruas e vias, solo, água e alimentos. O chumbo proveniente do petróleo é o maior contribuinte para a exposição corpórea e a maior forma de distribuição do metal no meio ambiente. Daí contamina-se o solo, ar e água. É um grande problema ambiental que somente recentemente tem sido valorizado pelos países em desenvolvimento. Exposição OcupacionalÉ ainda algo comum, manifestando-se de diversas maneiras. Algumas profissões têm um risco muito maior: montagem de veículos, montagem e recuperação de baterias, soldagem, mineração, manufaturação de plásticos, vidros, cerâmicas e indústrias de tintas, oficinas de artesanato. Há várias situações em que o local de trabalho é a própria casa o que leva a exposição às crianças e vizinhança. Legislações rigorosas têm sido seguidas nos países ricos há algum tempo, o que não ocorre nos países do terceiro mundo, onde várias regiões podem estar sendo expostas devido a fábricas sem uso de proteção ambiental. Exposição AmbientalPaíses DesenvolvidosNesses países, tem-se conseguido uma diminuição no uso de chumbo principalmente no petróleo, nos últimos anos. A concentração sangüínea de chumbo nos cidadãos diminuiu drasticamente nos últimos 20 anos. Nos EUA, essa diminuição foi de 78%. Programas de prevenção à exposição ao chumbo estão tendendo a focalizar em crianças moradoras de casas antigas, provenientes de minorias de baixa renda. Outros países onde também houve essa diminuição foram a Alemanha, Bélgica, Nova Zelândia, Suécia e Inglaterra. Países em DesenvolvimentoO chumbo continua a ser um importante problema de saúde pública nesses países, com várias formas de exposição. Na América Latina, a exposição é pequena através de tintas, mas é grande através de cerâmicas. A exposição por diversas fontes parece ser até mais importante do que pelo petróleo, especialmente na população pobre – mineração, fábricas de baterias, artesanato, fundições. Países como Jamaica e Albânia tiveram suas populações expostas (residentes de áreas perto de fábricas) estudadas tendo sido demonstrado uma concentração sangüínea duas vezes maior do que as pessoas não expostas. A China também contribui com dados parecidos, sendo que houve grande número de crianças com taxas sangüíneas altas mesmo morando longe de fábricas, o que sugere ser devido à exposição ao petróleo (combustíveis) que tem grande quantidade de chumbo naquele país. No México, o risco de exposição ao chumbo esteve relacionado com o tipo de cerâmica utilizada para o preparo da alimentação, concentração de chumbo do ar devido à emissão por veículos e na sujeira e poeira com as quais as crianças têm contato. A África tem um petróleo com as maiores concentrações de chumbo do planeta. O nível de chumbo no solo também é grande. A exposição às crianças é um problema sério de saúde pública, que está relacionado com o nível cultural dos pais e a situação sócio-econômica. Na Tailândia, após a retirada do chumbo dos combustíveis, houve uma melhora importante nas concentrações atmosféricas locais.ConclusãoDevido à dificuldade de se acabar com as exposições globais de chumbo a curto e médio prazo, muito deve ser feito para localizar populações de risco e assim, alterar ciclos de poluição que por ventura possam estar se perpetuando. Dentre as várias intervenções internacionais que podem diminuir a utilização do chumbo e assim sua exposição estão:- Remoção do chumbo do petróleo e aditivos, tintas, vasilhas de estocagem de alimentos, cosméticos e medicamentos.- Diminuição da dissolução de chumbo nos sistemas de tratamento e distribuição de água.- Melhora do controle nos locais de trabalho, através de fiscalizações mais sérias.- Melhora da identificação de populações de risco.- Melhora de procedimentos preventivos através da educação populacional.- Promoção de programas que visem a diminuição da desnutrição e de outros fatores que agravem a intoxicação ao chumbo.- Desenvolvimento de monitorização internacional através de programas de controle de qualidade.Cerca de 100 países, a maioria desenvolvidos, ainda utilizam o chumbo no petróleo. Evidências de pesquisas demonstraram ser a retirada do chumbo presente no petróleo um dos meios mais eficientes para a sua diminuição atmosférica. Muitos países em desenvolvimento já começaram sua luta contra o chumbo: Bangladesh, China, Egito, Haiti, Honduras, Hungria, Índia, Kuwait, Nicarágua, Malásia e Tailândia. O sucesso desse movimento está dependente do compromisso sério dos governos, incentivando políticas favoráveis para que um amplo consenso seja atingido. Não se pode deixar de enfatizar, em última análise, a importância da união de diversos grupos de países nesse objetivo.Fonte: Bulletin of The World Health Organization

sábado, 18 de outubro de 2008

Pirarucu - A Lenda

Pirarucu era um índio que pertencia a tribo dos Uaiás que habitava as planícies de Lábrea no Sudoeste da Amazonia. Ele era um bravo guerreiro mas tinha um coração perverso, mesmo sendo filho de Pindarô, um homem de bom coração e também chefe da tribo.
Pirarucu era cheio de vaidades, egoísmo e excessivamente orgulhoso de seu poder. Um dia, enquanto seu pai fazia uma visita amigável a tribos vizinhas, Pirarucu se aproveitou da ocasião para tomar como refém índios da aldeia e executá-los sem nenhuma motivo. Pirarucu também adorava criticar os deuses.
Tupã, o deus dos deuses, observou Pirarucu por um longo tempo, até que cansado daquele comportamento decidiu punir Pirarucu. Tupã chamou Polo e ordenou que ele espalhase seu mais poderoso relâmpago na área inteira. Ele também chamou Iururaruaçú, a deusa das torrentes, e ordenou que ela provocasse as mais fortes torrentes de chuva sobre Pirarucú, que estava pescando com outros índios as margens do rio Tocantins, não muito longe da aldeia.
O fogo de Tupã foi visto por toda a floresta. Quando Pirarucu percebeu as ondas furiosas do rio e ouviu a voz enraivecida de Tupã, ele somente as ignorou com uma risada e palavras de desprêzo. Então Tupã enviou Xandoré, o demônio que odeia os homens, para atirar relâmpagos e trovões sobre Pirarucu, enchendo o ar de luz. Pirarucu tentou escapar, mas enquanto ele corria por entre os galhos das árvores, um relâmpago fulminante enviado por Xandoré, acertou o coracão do guerreiro que mesmo assim ainda se recusou a pedir perdão.
Todos aqueles que se encontravam com Pirarucu correram para a selva terrivelmente assustados, enquanto o corpo de Pirarucu, ainda vivo, foi levado para as profundezas do rio Tocantins e transformado em um gigante e escuro peixe. Pirarucu desapareceu nas águas e nunca mais retornou, mas por um longo tempo foi o terror da região.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Polícia Federal apreende mais de 800 pássaros silvestres no sábado

Ao todo, quase 800 aves estavam em caixas de madeira e papelão, dentro de um ônibus. Alguns pássaros são de espécies em extinção. A polícia federal prendeu quatro pessoas.

Os pássaros foram apreendidos pela Polícia Federal em um ônibus que estava parado em um posto de gasolina, na Rodovia Presidente Dutra, na saída da Linha Vermelha. Entre as aves silvestres, havia tico-tico, corrupião, trinca-ferro e papagaios.
Algumas chegaram mortas à sede da Polícia Federal, no Centro do Rio. As aves são do sul da Bahia e seriam vendidas na feira de Caxias, na Baixada Fluminense. Quatro pessoas foram presas em flagrante. Um deles, identificado como Jairo José Alvez dos Reis, seria o maior traficante de animais do estado, segundo a Policia Federal.
Os presos vão responder pelos crimes de receptação qualificada, formação de quadrilha e crime ambiental. Se forem condenados, eles podem pegar de 4 a 11 anos de prisão. Os pássaros foram levados para o Centro de Triagem de Seropédica e serão devolvidos à natureza assim que se recuperarem.
Esta foi a segunda apreensão de pássaros na Rodovia Presidente Dutra, em menos de uma semana. Na última quinta-feira, a polícia apreendeu 200 filhotes de papagaio.
As aves estavam em uma van, que vinha de Minas Gerais. Os filhotes eram transportados em caixas de papelão. Segundo a polícia, também seriam revendidos em feiras na Baixada e no subúrbio. O motorista da van, Fabiano de Jesus Santos, foi preso em flagrante por crime ambiental e contrabando de animais silvestres.
“Quem adquire um animal silvestre também comete um crime e alimenta o tráfego de animais e alimenta a crueldade com os animais e a destruição do meio ambiente”, afirma o delegado da Polícia Federal Alexandre Silva Saraiva.
Por isso, é sempre bom ter referências quando for comprar qualquer bicho de estimação. É preciso saber se a loja está licenciada para comercializar os animais. Segundo a Polícia Federal, só nos últimos três meses foram mais de 1,3 mil aves apreendidas no estado do Rio.
Para falar mais sobre o assunto, a repórter Susana Naspolini conversou o delegado do Meio Ambiente da Polícia Federal, Alexandre Silva Saraiva. Ele informou que metade dos pássaros que foram apreendidos ontem morrereu, por causa da viagem e dos maus tratos.
Repórter – Apesar da notícia triste, mas vocês conseguiram salvar metades dos pássaros graças a uma denúncia anônima que avisou sobre o tráfico. É importante que as pessoas participem?
Alexandre Silva Saraiva – É importante a participação de toda população nesse tipo de crime. A polícia trabalha com base nas informações que nos são passadas.
Agora, se a pessoa for comprar um bicho. Ela vai na loja para comprar o animal. De que forma ela pode se garantir de que não está levando para casa um animal ilegal que passou por tudo isso?
O ideal é não adquirir animal silvestre. O lugar de animal silvestre é solto na natureza. Mas se a pessoa mesmo assim queira ter um animal silvestre, ela deve conferir junto ao Ibama se esse animal veio de um criadouro autorizado.
Nessa prisão de ontem, quatro pessoas foram presas. Entre elas, estava um dos maiores traficantes de animais do estado. Ele está preso?
Com certeza, ele é uma das pessoas que tem maior influência no tráfico de animais no estado do Rio de Janeiro e ele está preso.
O que diz a lei sobre isso?
A legislação ambiental diz que é crime ter um animal silvestre, ter um depósito, transportar, comprar, vender, sem licenciamento do Ibama. Esse crime dá cadeia.
Quem quiser colaborar e denunciar o tráfico de animais, o telefone é 2203-4030.
Para assistir o vídeo:
http://rjtv.globo.com/Jornalismo/RJTV/0,,MUL796114-9101,00.html

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Editorial: Pela vida do rio Meia Ponte


Os ambientalistas e os que respeitam a natureza só podem ficar desolados com a constatação de que o Meia Ponte está com a sua vida comprometida pela poluição, que ataca este rio, atualmente, em toda a sua extensão de 430 quilômetros.
Conforme mostrou reportagem deste jornal na edição de ontem, a poluição das águas do Meia Ponte se agrava a um grau elevadíssimo no trecho em que banha Goiânia, mas o rio sofre desde a sua nascente, no município de Itauçu, até a sua foz, quando deságua no Paranaíba.
O Meia Ponte e os tributários que ele acolhe na região de Goiânia foram determinante fator na escolha dessa área para a mudança da capitão do Estado. A abundância de água pesou fundamentalmente nas considerações da comissão que recomendou a escolha da área para a construção de Goiânia.
O Meia Ponte contribuiu, portanto, com grande benefício. Muito lamentável que, passados mais de 70 anos, esteja sendo sacrificado tanto por esta ligação com espaços de grande ocupação demográfica, à medida em que se aproxima da capital do Estado.
Se a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) não conseguiu despoluir na escala esperada, o que fazer? Esta desafiadora indagação tem de buscar resposta, e com muita urgência, numa mobilização para salvar o rio que comece pela adoção de medidas impositivas, mas que não estão sendo sequer cogitadas ainda. É hora de começar.

Fonte: www.opopular.com.br - 18/09/2008

Rio Meia Ponte tem 430 km poluídos - Goiás


Levantamento feito por técnico da semarh aponta que degradação atingiu manancial em praticamente toda a sua extensão

Patrícia Drummond
O Rio Meia Ponte agoniza. E o risco de morte percorre praticamente todos os 430 quilômetros de sua extensão, desde a nascente, no município de Itauçu, até a foz, em Nilópolis, distrito de Cachoeira Dourada. Quem afirma é o gestor e perito ambiental e sanitário Neri Caetano Barbosa, funcionário de carreira da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Goiás (Semarh) há 26 anos, 15 deles dedicados ao estudo das águas de um dos mais importantes mananciais do Estado. Ele está concluindo levantamento sobre a situação do Meia Ponte que será encaminhado oficialmente ao Ministério Público e à Delegacia Estadual do Meio Ambiente (Dema) nos próximos dias.
“O grande problema, hoje, do Meia Ponte, é a diminuição da vazão do rio para o abastecimento e a não diminuição, ao mesmo tempo, da carga orgânica lançada”, declara o especialista, sublinhando que o ideal, nesse caso, seria uma espécie de compensação do sistema. De acordo com ele, a situação pior do rio pode ser observada a partir do trecho onde deságua o Córrego Caveirinha, em Goiânia, até a Usina do Rochedo, em Piracanjuba. Abaixo desse ponto, até Cachoeira Dourada, o Meia Ponte apresenta melhores condições.
Neri aponta fatores que podem contribuir para o mau cheiro da água ou mesmo nas proximidades do manancial: a captação e a diminuição da vazão continuam a ocorrer como em outras épocas do ano, mas, no período de estiagem e de seca, a vazão é naturalmente mais baixa. Isso acentua os efeitos do lançamento de resíduos sem tratamento – cerca de 30%, atualmente, na capital – em águas pluviais ou diretamente no rio, de forma clandestina.
TratamentoO gestor e perito ambiental e sanitário ressalta que a Estação de Tratamento de Esgoto de Goiânia (ETE) ainda não promove tratamento completo do esgoto despejado no Meia Ponte. “A eficiência do sistema, como funciona hoje, é de 52%”, destaca. “Trabalhamos, por enquanto, com o tratamento em nível primário, quando o processo completo inclui, ao todo, três etapas”. Segundo Neri Barbosa, atualmente ocorre, na ETE, apenas a precipitação química do lodo, uma precipitação forçada, com o uso de substâncias como o sulfato de alumínio e o polímero. Antes, há a precipitação preliminar – com o uso de grades, por exemplo –, para separar o material bruto e grosseiro, como paus, galhos e pedras.
“A próxima etapa do processo seria a digestão biológica do lodo, um processo de decantação primária do material, que envolve as bactérias. Na seqüência, teríamos o processo de maturação, mais uma desinfecção natural do lodo, com a ajuda dos raios solares”, enumera o especialista. Ele explica que o lodo é composto por bactérias e, quando elas morrem, podem provocar um forte odor – aquele mau cheiro característico dos últimos dias, percebido por boa parte da população goianiense. A decantação biológica, induzida, com oxigenação, temperatura e PH adequados, possibilitam que as bactérias não morram e o lodo vai para o fundo do rio.
O monitoramento do Rio Meia Ponte, realizado por Neri Caetano Barbosa envolve características das indústrias ao longo do curso d’água, o tipo de esgoto que elas lançam no rio, a vazão em cada um dos trechos e o equivalente populacional. Observa que a nascente, em Itauçu, está desprotegida e que há indústria, na região, lançando o esgoto diretamente no rio. Entre Inhumas e Goiânia, há extração de areia e de argila. Outro problema, segundo o perito, é o despejo de dejetos sólidos na capital, onde o Meia Ponte recebe, ainda, o esgoto do Ribeirão Anicuns, onde deságuam Capim Puba, Cascavel, Botafogo, Macambira e Córrego do Mingau.


Cedo para comemorar
Reportagem publicada pelo POPULAR em 2005, sobre a recuperação do Rio Meia Ponte pós-inauguração da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), adivinhava o futuro do manancial. O texto anunciava que o Rio Meia Ponte começava a dar sinais de que poderia vencer a poluição.
A matéria mostrava que, em um ano, a ETE havia reduzido em quase 30% a carga de esgoto no rio. Até o dourado, peixe pouco resistente à poluição, reaparecera. Mas, como dizia a reportagem, era “cedo para muito entusiasmo”.

Fonte: http://www.opopular.com.br/ - 17/09/2008

domingo, 7 de setembro de 2008

SE O HOMEM PENSASSE COMO OS ANIMAIS

Se o homem pensasse como o pássaro, festejaria cada amanhecer com uma linda canção.

Se o homem pensasse como o cavalo, ultrapassaria os obstáculos com classe, firmeza e determinação.

Se o homem pensasse como o cão, faria do amor uma constante troca de carinho, lealdade e fidelidade.

Se o homem pensasse como o gato, teria calma e equilíbrio em qualquer dificuldade.

Se o homem pensasse como a abelha, constataria que nada se constrói sozinho.

Se o homem pensasse como a formiga, veria que trabalho e sucesso trilham o mesmo caminho.

Se o homem pensasse como a baleia, veria a importância do poder da solidariedade.

Se o homem tivesse a pureza e a simplicidade de ser dos animais, a paz mundial deixaria de ser um sonho e seria uma realidade.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Lenda do Aruanã

Aruanã, filho de Aruá e primo dos lendários Arumanás, vivia solitário e triste dentro das fundas águas do imenso Araguaia. Ele era um eterno enamorado da vida terrestre, particularmente da vida do homem. Um dia, a poderosa Jururá-Açú, deusa das chuvas, do orvalho e irmã de Iara, impelida por sagrado desejo, chamou em meio às águas os angás, os arumaçás e seus filhos, para irem honrar o poderoso Boto, senhor das águas, na funda Loca onde habitava o deus marinho. Todos os seres das águas do volumoso e imenso Araguaia correram para o fundo do rio, a fim de erguerem suaves preces entre cantos e louvores. Somente Aruanã não conseguiu com a turba e exclamou: – Pobre de mim, nas águas nasci, nas águas me criei, contudo já não tenho felicidade!Assim falou o valente Aruanã e colocando a cabeça fora da água, continuou:– Ó pai Tupã, se a ti próprio te apraz, a felicidade de um pobre mortal, se propício a mim, faze-me um ser humano e, se algum dia eu tenho que morrer, não me deixe nestas águas, tira-me delas. Tanto suplicou Aruanã que sua prece acabou sendo ouvida. No aprazível e sagrado monte Ibiapaba, Tupã observou - com seus olhos divinos e compadecidos - o que estava se passando nas margens do rio Araguaia:– Vai tu Polo e satisfaz os desejos de Aruanã. Obedecendo as ordens do supremo, o deus do vento, aproximou-se do local onde estava o formoso peixe e tomando-o levou-o para o verde campo. – És tu, um valente guerreiro, Tupã mais do que dele esperavas!, assim disse Polo, o deus dos ventos e desapareceu.Ó maravilha! Ali estava um homem! Então vieram, por ordem do criador, as belas e divinas Parajás, deusas da honra, do bem e da justiça e assim falaram:– Aruanã, peixe foste tu; Aruanãs hás de chamar-te daqui para o futuro.E, foi deste modo, que nasceram os valentes Aruanãs e habitaram as margens do lendário rio Juruá. Era uma tribo poderosa, laboriosa, resistente e reconhecida. Deles vieram mais tarde os Aruaques, que foram habitar as Antilhas, os Aruãs que ficaram na ilha de marajó; os Arucuinas, que habitaram nas fronteiras do Brasil com a lendária Guiana Francesa; os Arumás, que foram viver nos altos do rio Parú, os conservadores e canoros Karajás, que foram habitar as margens do Araguaia, onde todos os anos organizam o sagrado "Ritual do Aruanã", com suaves danças e divinos cantos, em homenagem ao inesquecível Aruanã, pai da nação Karajá.
Saiba mais...
Essa lenda fala do surgimento dos índios no Brasil, especialmente na região do Rio Araguaia. Essa história encontra-se publicada no site "Brasil, Mitos e Lendas" (http://www.rosanevolpatto.trd.br/), criado por Rosane Volpatto. Ali, a autora traz mais informações sobre rituais e características até mesmo não-lendárias dos povos indígenas.

Fonte: http://www.tribunadoplanalto.com.br/

sábado, 16 de agosto de 2008

TRILHAS DA PESCA - NOVA EMISSORA E HORÁRIO




Seja bem-vindo(a) ao Programa Trilhas da Pesca! Apresentado pela TV Brasil Central - TV Cultura para Goiânia e todo o estado de Goiás das 18:00 h às 19:00 hs todos os Domingo (com 01 Hora de duração) e também pode ser acompanhado ao vivo para todos os Países direto do site da emissora: www.agecom.go.gov.br/TBC.php (18:00 h no horário de Brasília). e pela RedeSAT, filial da TV Cultura, para Palmas e todo o estado do Tocantins às 12:30 Domingo (com 30 minutos de duração), trazemos o melhor da pesca esportiva e da culinária pra você, amante da natureza. VISITE O SITE DO PROGRAMA TRILHAS DA PESCA:http://www.trilhasdapesca.com.br/ASSISTA O PROGRAMA ONLINE!!