quarta-feira, 6 de maio de 2009

Os fantasmas do Araguaia

É estranho. O primeiro plano estratégico para gestão de uma bacia hidrográfica no País, aprovado há duas semanas pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (onde o governo federal, sozinho, tem maioria e pode impor seus projetos) é o da bacia Tocantins-Araguaia. E traz de volta velhos e surrados projetos para os quais numerosos cientistas já chamaram atenção, mostrando suas inconveniências e danos – como é o caso da hidrovia Araguaia-Tocantins, dos projetos de usinas hidrelétricas, da intenção de expandir o plantio de cana e da irrigação em geral em áreas problemáticas.

Washington Novaes

Na segunda-feira, neste jornal, o repórter Vinicius Jorge Sassine chamou a atenção para vários desses problemas, a começar pela já reduzida capacidade do Rio Araguaia de diluir os esgotos ali lançados sem tratamento em 130 pontos (só 8% dos esgotados na bacia são coletados e só 4% tratados). Não é melhor a situação na área do lixo (47% vão para lixões) nem do abastecimento de água tratada à população (16% não a recebem).
Muito grave é o retorno ao projeto da hidrovia Araguaia-Tocantins, que esteve na pauta na década de 90 e acabou deixado de lado, tantos foram os problemas levantados. Mas agora o ministro Carlos Minc o aponta como fundamental para a expansão do agronegócio na região, embora o próprio plano estratégico diga que em 55% da área da bacia há “alto risco de erosão das terras” (e também de assoreamento dos rios), por causa de desmatamento e uso inadequado do solo. Há décadas o brilhante geomorfologista Aziz Ab’Saber, da USP, vem alertando: a região do Araguaia e de outros rios do Centro-Oeste é de formação mais recente, ainda está em processo de acomodação; por isso, há um imenso cone invertido (de baixo para cima) de dejecção de areia, que muda o leito navegável do Rio Araguaia de ano para ano, com a movimentação de sedimentos. Estudos da Universidade Federal de Goiás, comandados pelo prof. Edgardo Latrubesse, há muitos anos já demonstraram que só por Aruanã passam 8 milhões de toneladas de sedimentos por ano. Uma parte deles vem desde a região das nascentes do Araguaia, onde estudos da profa. Selma de Castro, também da UFG, mostram o assustador avanço da voçorocas, em extensão e profundidade, com a colaboração decisiva do desmatamento nas encostas e topos de morro, para implantação de projetos pecuários. O prof. Tadeu Veiga, da UnB, chega a diagnosticar o início de um processo de desertificação naquela área.
Como pensar, então, em implantar ali uma hidrovia de alta capacidade de transporte? Como dragar durante séculos milhões de toneladas de sedimentos a cada ano para fixar um canal permanente de navegação? E onde se depositarão os sedimentos retirados? Mesmo que sejam transportados para outros lugares, qual será o custo? Quem o pagará? Essas questões vêm sendo levantadas desde o projeto inicial da Ferrovia Norte-Sul, que mostraram serem os custos de implantação e manutenção da hidrovia muito maiores que os da ferrovia e até de rodovias. Por isso mesmo foi feita a opção pela ferrovia, capaz de abrir um porto mais próximo para as exportações do Centro-Oeste. Mas aí está de volta a hidrovia que é o sonho das empreiteiras, pois terão trabalho durante séculos.
Não bastasse a hidrovia, o “plano estratégico” dá prioridade também a novas hidrelétricas. Primeiro, desconsidera estudos como da Unicamp, que mostram não precisar o País aumentar sua oferta de energia: pode economizar até 30% com conservação e uso eficiente (como fez no apagão de 2001); mais 10% com repotenciação de usinas antigas, de baixo rendimento, a custos muito menores; e mais 10% com redução de perdas nas linhas de transmissão (estamos perdendo 17%, contra 1% no Japão). Mas, ao lado das 60 usinas nucleares (!) previstas pelo ministro Lobão (inseguras, de energia mais cara, sem destinação para o lixo nuclear) e das termoelétricas (energia caríssima, altos níveis de poluição), estamos ameaçados por várias hidrelétricas no Araguaia-Tocantins. Entre elas as de Torixoréu-Baliza, Couto Magalhães e Santa Isabel. A primeira delas sepultaria sob as águas um dos lugares mais bonitos no mundo, por onde corre o Rio Encantado, formando várias cachoeiras e piscinas naturais (e por isso já foi criada ali uma área de proteção ambiental). A segunda, Couto Magalhães, também sepultaria todo um vale belíssimo, em Mato Grosso. Na terceira, Santa Isabel, um dos projetos cogitados deixaria sob as águas metade da Ilha do Bananal, a maior ilha fluvial do mundo. Vários estudiosos têm mostrado também que as hidrelétricas inundariam áreas que deveriam ser preservadas e secariam outras, onde acontece a reprodução de peixes e outras espécies. Mas há13 hidrelétricas previstas para a bacia toda.
A expansão da irrigação, principalmente para plantio de cana no vale, é outra questão. Diz o ministro Minc que será feito um “zoneamento ecológico-econômico”, para escolher as áreas. Só que esse zoneamento vem sendo prometido há mais de 20 anos e não acontece. E a expansão projetada da área plantada é de 300% em 15 anos e da irrigação de 1.500% (hoje são 200 mil hectares irrigados no vale). Ao lado da cana, a previsão é de que o rebanho bovino no vale passe, até 2025, para 49,2 milhões de cabeças.
Como observou o superintendente de Recursos Hídricos da secretaria goiana do Meio Ambiente, Harlem I. dos Santos, “é estranho que se dê prioridade a um planejamento estratégico para o Araguaia-Tocantins e não para bacias hidrográficas com densidade populacional muito mais alta”. Como é estranho que um plano estratégico para aquela região não leve em conta seu maior potencial: o turismo (indústria que mais cresce no mundo), principalmente ecológico e cultural.Goiás precisa tomar posição.

Washington Novaes é jornalista
Fonte: www.opopular.com.br

domingo, 29 de março de 2009

Meia Ponte é um dos 7 rios mais poluídos do País, diz relatório

Estudo feito pela Agência Nacional de Águas compara rio goiano ao Tietê, que corta São Paulo
Carla Borges e Rosane Rodrigues da Cunha

O Meia Ponte está entre os sete rios mais poluídos do Brasil. É o que revela o Relatório da Conjuntura Nacional dos Recursos Hídricos no Brasil - 2009, lançado ontem pela Agência Nacional de Águas (ANA). O documento, que avalia a qualidade e a quantidade das águas brasileiras, atesta que a qualidade das águas do Meia Ponte é péssima, principalmente na seca, entre setembro e outubro.

O relatório aponta que, em relação à assimilação de carga orgânica, o Rio Meio Ponte encontra-se em uma situação crítica. Ele aparece ao lado de rios também poluídos, como o Tietê e Piracicaba, em São Paulo, das Velhas e Verde Grande, em Minas Gerais, Iguaçu, no Paraná, dos Sinos, no Rio Grande do Sul, e Anhanduí, no Mato Grosso do Sul. O Meia Ponte atravessa 37 municípios em Goiás e é responsável pelo abastecimento de mais de 2 milhões de goianos .

Para o cálculo da assimilação de carga orgânica são considerados fatores como a quantidade de esgoto gerada diariamente, o volume de resíduos tratados e a vazão do rio. De acordo com o relatório da ANA, em rios com baixa disponibilidade hídrica, principalmente os que se encontram na região do semi-árido, o problema de assimilação de cargas orgânicas está associado, sobretudo, à reduzida vazão dos mananciais.

Em rios com alta disponibilidade hídrica, a causa do problema está na elevada carga orgânica associada à grande densidade populacional das regiões metropolitanas.

TietêEspecialista da ANA, Wagner Vilella disse ao POPULAR que as análises químicas de água apontam situação semelhante entre o Meia Ponte e o Tietê, que corta a cidade de São Paulo e é um dos exemplos mais expressivos de poluição hídrica no País. “O Tietê, hoje, não pode mais ser classificado como rio, mas se compararmos os padrões químicos das águas dos dois (Tietê e Meia Ponte) não há muita diferença”, disse.

Vilella explica que o Meia Ponte é um rio de baixa vazão e que recebe praticamente todo o esgoto da Região Metropolitana de Goiânia. “Na seca, quando a vazão fica ainda mais reduzida, a situação piora, porque é menos água para diluir o esgoto lançado”, diz. É justamente nessa época que também aumenta o volume de esgoto captado e lançado diretamente nos mananciais, por causa da baixa umidade relativa do ar, que leva a um consumo maior de água.

Empresas indiciadas por degradação
O Rio Meia Ponte, que corta regiões com grande densidade populacional e em períodos de seca sofre com a redução de seu volume de água, amarga a soma desses fatores. “Em períodos de seca, o Meia Ponte perde 90% de sua capacidade, mas continua recebendo o lançamento de resíduos, o que transforma o rio em um esgoto a céu aberto”, observa o delegado Luziano Severino de Carvalho, titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente (Dema).

A citação do Meia Ponte no relatório da ANA não surpreendeu o delegado, para quem a situação do rio, que ele considera o mais importante do Estado, melhorou nos últimos dez anos. “Mas muito ainda precisa ser feito”, diz.

Idealizador do projeto Nascentes que, desde 1999, vem promovendo a recuperação de nascentes e matas ciliares do Meia Ponte, Luziano diz que muitas áreas degradadas já foram recuperadas. Empreendimentos poluidores instalados na bacia do Meia Ponte, segundo ele, também já estão se adequando às exigências para o tratamento de seus efluentes.

“Mas, o rio ainda enfrenta o despejo de esgoto in natura, inclusive pela Saneago), a extração de areia e a poluição por resíduos industriais, lavajatos, postos de combustível, frigoríficos, granjas e o agrotóxico usado em lavouras”, diz, enumerando algumas fontes de poluição do rio.

Em fevereiro, após um ano de investigação, a Dema concluiu um inquérito sobre a degradação no Rio Meia Ponte. Mais de 50 empresas foram indiciadas. A Dema, em parceria com técnicos da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), vistoriou empresas na capital, em Goianira, Inhumas, Nerópolis e Ouro Verde. Foi constatada a prática de seis crimes que ameaçam o meio ambiente e a saúde da população. Segundo o delegado, muitas empresas estão funcionando sem a licença ambiental exigida de estabelecimentos potencialmente poluidores. Com a denúncia na Justiça, o delegado se mostra otimista com a possível solução do problema. “A Justiça deve exigir essa licença e as empresas devem se adequar à legislação ambiental”, diz.

Além da adequação dos empreendimentos , a preservação do Rio Meia Ponte requer também envolvimento da sociedade, diz o titular da Dema. Ele observa que o lixo descartado nas ruas de forma inadequada e entulhos jogados às margens do rio também são responsáveis pela degradação do Meia Ponte.

Presidente do Comitê da Bacia do Rio Meia Ponte, o engenheiro em Hidrologia e Recursos Hídricos Marcos Correntino também ressalta a necessidade de educação ambiental da população. “Temos projetos isolados de educação ambiental, mas é preciso ampliá-los”, diz Correntino, que acredita ser esse o caminho para conscientizar empresários, agricultores e toda a sociedade sobre a necessidade de preservar o rio.

Ele observa que o maior problema enfrentado hoje pelo Meia Ponte é o despejo de lixo e esgoto. Essa poluição é agravada no período da seca, quando a impermeabilização do solo e o desmatamento das margens comprometem o volume do Meia Ponte.
De acordo com Correntino, as ações de recuperação do rio são anuladas por outras agressões ambientais. (R.R.C.)

ETE remove só metade de resíduo sólido
Anunciada, quando de sua construção, como a salvação para o Rio Meia Ponte, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Goiânia trata 75% do esgoto coletado em Goiânia, mas remove apenas 50% da matéria orgânica presente nos efluentes coletados. O restante é lançado novamente ao Rio Meia Ponte junto com a água. A ampliação da ETE é uma das medidas anunciadas pela Saneamento de Goiás (Saneago) para despoluir o manancial. Outra é a coleta do esgoto que hoje é lançado diretamente no rio.

A gerente de Tratamento de Esgoto da Saneago, Marisa Pignataro Sant’Anna, acredita que, dentro de três anos, será possível fazer o tratamento secundário do esgoto – atualmente é feito apenas o chamado tratamento primário quimicamente assistido –, quando ficarem prontas as obras de conclusão da ETE. O prazo, acredita, será o necessário para concluir a licitação e executar as obras.

Outra obra que será feita, e já foi licitada, é a construção de um interceptor ao longo do Rio Meia Ponte. Essa rede vai receber o esgoto que hoje é lançado sem tratamento nos cursos d’água. Ele será recolhido e levado para a Estação de Tratamento de Esgoto do Parque Atheneu, que atende moradores de bairros da região sul da capital.

Para receber esse volume maior de efluentes, a estação terá de ser ampliada. Atualmente, ela trata 100 litros de esgoto por segundo. Com a ampliação, a capacidade chegará a 700 litros por segundo. “Esse conjunto de obras vai melhorar bastante a situação do Meia Ponte em Goiânia”, diz Marisa Sant’Anna. A Saneago também promete construir redes e interceptores na região norte de Goiânia, acima do Ribeirão Anicuns, que é afluente do Meia Ponte.
Agência monitora lançamentos

A Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) monitora o lançamento de esgoto diretamente nos rios e córregos da capital. Por meio de denúncias, fiscais da agência têm flagrado situações como a de moradores de bairros distantes que fazem ligações clandestinas para o lançamento do esgoto doméstico na rede de captação de águas pluviais (das chuvas).

A agência também aplicou seguidas multas na Saneamento de Goiás (Saneago), até que a empresa firmou termo de ajustamento de conduta (TAC) com o Ministério Público, comprometendo-se a eliminar o lançamento de esgoto doméstico diretamente nos cursos d’água. No termo foram estabelecidos prazos de um a cinco anos para a realização das obras para garantir a captação de todo o esgoto doméstico gerado pela população de Goiânia.

“Nosso trabalho é de monitoramento e controle para evitar esse tipo de situação”, diz o gerente de Monitoramento Ambiental da Amma, Ramiro Cristiano Martins Menezes. Ele explica que, no caso de ocupações irregulares, a Amma reparte o trabalho com outras pastas municipais responsáveis pelos setores de obras e habitação. “É um problema bem amplo”, resume Ramiro.
O gerente, no entanto, considera “uma injustiça” o relatório da Agência Nacional de Águas (ANA), que compara o grau de poluição do Meia Ponte ao do Tietê. “ Nosso esgoto é doméstico, enquanto o de São Paulo é basicamente industrial”, justifica.

FONTE: www2.opopular.com.br

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Sexo surgiu com peixe pré-histórico, diz estudo.

Sexo surgiu com peixe pré-histórico, diz estudo
26 de fevereiro de 2009 • 09h54 • atualizado às 11h47
Notícias

Embrião encontrado no fóssil do placodermo, peixe que viveu há cerca de 365 milhões de anos, indica que a fertilização de óvulos na fêmea evoluiu mais cedo do que se acreditava
26 de fevereiro de 2009
AP
O estudo do fóssil de um peixe que viveu há cerca de 365 milhões de anos sugeriu que a fertilização de óvulos dentro do corpo da fêmea evoluiu mais cedo do que se acreditava anteriormente. O peixe, conhecido como placodermo, pode ter sido o primeiro vertebrado a se reproduzir através da fertilização de óvulos dentro da fêmea.
Pesquisadores do Museu de História Natural de Londres (NHM, na sigla em inglês) disseram que foi encontrado um embrião de cerca de cinco centímetros de comprimento no fóssil de placodermo. "Este peixe fornece uma das evidências mais antigas de reprodução interna", disse Zerina Johanson, curadora de fósseis de peixes do museu.
"Nós esperávamos que estes primeiros peixes tivessem um tipo mais primitivo de reprodução, onde espermatozoide e óvulo se combinam na água e os embriões se desenvolvem fora do peixe. Copulação parece ter sido a principal forma como animais pré-históricos primitivos se reproduziam, demonstrando que o 'sexo' começou muito mais cedo do que nós pensávamos", afirmou Johanson.
O fóssil foi encontrado originalmente no oeste da Austrália e estava no acervo do museu desde a década de 80. Inicialmente os pesquisadores acreditavam que o fragmento no interior do fóssil fosse apenas um vestígio de um peixe que ele havia comido pouco antes de morrer.
TubarãoO fóssil mostra uma modificação na nadadeira pélvica na barriga do peixe. Os autores do estudo, publicado na revista Nature, acreditam que esta estrutura, chamada clásper, teria sido usada pelo macho para se prender à fêmea durante a copulação - um órgão semelhante ao dos tubarões modernos.
"O clásper é um órgão ereto de maneira intermitente que é inserido dentro da fêmea para transferir o sêmen", disse o co-autor do estudo, o paleontólogo John Long do Museu Victoria, na Austrália.
Em um tipo de placodermo esse órgão é diferente. "Este novo grupo tem clásperes mais flexíveis. No artigo na Nature, nós sugerimos que este é o começo da fertilização erétil masculina, porque parte daquele órgão foi tomado por cartilagem mole", explicou Long.
O processo de fertilização interna e nascimento diferencia alguns peixes e mamíferos de outros animais tais como répteis e anfíbios. Johanson acredita que este era o principal método reprodutivo dos primeiros peixe, como os placodermos e pode ter evoluído também em outros grupos de peixes.

Fonte: BBC Brasil - BBC BRASIL.com

sábado, 31 de janeiro de 2009

A PESCA ESPORTIVA

A PESCA ESPORTIVA
O termo “pesca esportiva”, hoje é muito empregado em toda a cadeia logística que envolve a pesca. Contudo, observamos diferentes interpretações quanto às definições do mesmo.
Para muitos pescadores a definição para o termo “pesca esportiva” seria apenas a prática da pesca seguida da liberação dos peixes. No nosso entendimento, esta definição não está completa, pois é possível praticar o “pesque e solte” e não ser esportivo. Será que todos os pescadores amadores que somente liberam os peixes considerados abaixo das medidas mínimas definidas pelos órgãos ambientais, podem ser considerados pescadores esportivos?
A definição que defendemos para a pesca esportiva seria a prática da pesca, buscando o aprimoramento contínuo de técnicas para as capturas com o uso de iscas e anzóis, utilizando equipamentos balanceados e proporcionais à força, resistência e peso de cada espécie, preocupando-se em promover o menor sofrimento possível aos peixes e a liberação dos mesmos em boas condições de sobrevivência. Não podemos deixar de mencionar, que pescador esportivo é aquele que está compromissado com a preservação da natureza, que respeita e admira os peixes capturados e, sempre que possível, registra imagens.
Será que todas as espécies de peixes podem ser consideradas esportivas? Nossa resposta é sim. Mas será que todos podem ser capturados com o uso de isca e anzol? Partindo-se do princípio que todos os peixes se alimentam, mesmo que seja de detritos ou microorganismos em suspensão (peixes filtradores), acreditamos que em diferentes níveis de dificuldade todos os peixes podem ser capturados com o uso de isca e anzol. Para uma melhor compreensão da possibilidade de realizar pescas esportivas para as diversas espécies existentes, vamos definir, a seguir, alguns critérios relacionados ao processo de captura que denominamos de quesitos de esportividade. Todos os quesitos têm como base a emoção e satisfação do pescador, típicas da natureza humana de superar desafios.
Quesitos de esportividade
Existem diversos quesitos de esportividade considerados importantes por cada perfil de pescador. Dentre eles destacam-se:
Força e resistência: a esportividade está focada na briga com o peixe fisgado, que promove muita força e resistência em relação ao material balanceado utilizado e ajustado às dimensões dos exemplares. Este é um quesito muito procurado por pescadores esportivos. A disputa com o peixe deve ser justa. Algumas vezes o pescador vence e em outras vezes o peixe é que sai vencedor. Refere-se desde a captura de piaus com uso de varas telescópicas até uma longa briga com uma grande piraíba com o uso de material extra pesado.
Dificuldade de captura: a esportividade está em desafiar o pescador a aprimorar suas técnicas e conseguir seduzir o peixe a abocanhar a isca com anzol. Este quesito refere-se à captura de exemplares raros, ariscos ou aqueles que exigem muita paciência e dedicação do pescador, como por exemplo, a captura de cascudos, papa-terras, jaraquis, branquinhas etc.
Buscas visuais: a esportividade está em encontrar o peixe buscando-o visualmente na água e realizar tentativas para capturá-lo. Somente pelo contato visual a freqüência cardíaca do pescador eleva-se, gerando bastante emoção. Este quesito refere-se à pesca de aruanãs, pirarucus, rabo-vermelho, tucunarés etc.
Investidas na superfície: esportividade relacionada à visualização das investidas do peixe na isca na superfície da água. Os estrondos das investidas geram uma descarga de adrenalina no pescador. Este quesito é muito valorizado por pescadores esportivos de tucunarés, traíras, jacundás, pirapitingas, etc.
Uso de iscas artificiais: a esportividade está em conseguir seduzir o peixe a abocanhar uma isca artificial. Este quesito exige muita habilidade do pescador em tentar movimentar a isca em diferentes níveis da água de forma a imitar uma presa para os peixes predadores.
Busca de troféus: a esportividade está em capturar, registrar e liberar grandes exemplares. Este quesito é movido pela busca e superação de recordes pessoais para cada espécie.
Curiosidade: a esportividade está em capturar, registrar e liberar peixes com beleza exótica. Este quesito é movido pelo desafio e curiosidade do pescador amante da ictiofauna, como, por exemplo, a pesca de arraias, linguados, baiacus e cascudos.
Quantidade: a esportividade está focada na facilidade em capturar e liberar uma grande quantidade de exemplares numa mesma pescaria, independente do tamanho dos mesmos. Este quesito é muito procurado por pescadores esportivos. O nível de esportividade que as diferentes espécies de peixes podem proporcionar conforme a relação de quesitos mencionados, vai depender dos objetivos de cada pescador.
James Blanco Nunes Consultor Técnico - Trilhas da Pesca

Entrem em contato com o nosso programa para qualquer dúvida ou sugestão: trilhasdapesca@trilhasdapesca.com.br

FÓRMULAS PARA ESTIMAR O PESO DOS PEIXES CAPTURADOS

FÓRMULAS PARA ESTIMAR O PESO DOS PEIXES CAPTURADOS

Como estimar o peso de um peixe capturado sem o uso de balanças? Vocês sabiam que somente pelo comprimento do peixe isto é possível?
Em ictiologia existe um grande número de fórmulas utilizadas por estudiosos para estimar o peso dos peixes baseando-se em algumas medidas do corpo do peixe. Muitas destas formas são experimentais ou aplicam-se a um grupo restrito de espécies.
Existem duas fórmulas muito utilizadas:
1 - Fórmula Peso x Comprimento
P = a.Cb , que utiliza o método de regressão não-linear ou potencial, onde:
P = peso em gramas, C = comprimento em centímetros, a = constante de regressão e b = coeficiente angular (b tem que tender o máximo possível para 3, o que significa uma curva sigmoidal). Segundo VANZOLINI (1993) e SPARRE & VENEMA (1997), os parâmetros a e b podem ser estimados pela análise de regressão linear, com a transformação logarítmica dos dados de peso e comprimento e a aplicação do método dos mínimos quadrados.
Para cada espécie de peixe temos um valor pré-definido para a e b.
Exemplo:
a=0,0102 e b=3 para piraíba e
a=0,0188 e b=3 para pirararas

Com base em anotações pessoais, observamos uma margem de variações máxima de 15 % nos pesos para as piraíbas, devido a fatores climáticos, genéticos e sexuais e 18 % para as pirararas.

Pesos estimados para Piraíbas
Comprimento (cm)
Peso estimado (kg)
80
5,20
90
7,45
100
10,20
110
13,60
120
17,65
130
22,40
140
28,00
150
34,40
160
41,80
170
50,10
180
59,50
190
70,00
200
81,60
210
94,50
220
108,60
230
124,10
240
141,00
250
159,40
260
179,30
Pesos estimados para Pirararas
Comprimento (cm)
Peso estimado (kg)
40
1,20
50
2,35
60
4,10
70
6,50
80
9,60
90
13,70
100
18,80
110
25,00
120
32,50
130
41,30
140
51,60
150
63,45


2 - Fórmula Peso x Comprimento x Circunferência toráxica

O uso da circunferência toráxica ou axilar é utilizada principalmente para a distinção de sexo de peixes, cálculos de peso e também para homologações de exemplares recordes no IGFA.

Peso em libras = (circunf. em polegadas x circunf. em polegadas x comprimento polegadas) / 800

Exemplo: um peixe com uma circunferência axilar de 20 polegadas e um comprimento de 50 polegadas -> 20 x 20 x 50 / 800 = 25. Assim o peso estimado é 25 libras.

Lembre-se que:
1 polegada = 2,54 centímetros
1 libra = 453 gramas


Observações:
A fórmula do item 1 é mais precisa, no entanto requer o conhecimento dos parâmetros (a e b) definidos por estudiosos da área. Já a fórmula do item 2 é mais fácil de aplicar pois requer apenas medidas que podem ser obtidas no peixe capturado.

Referências Bibliográficas

BARTHEM, Ronaldo; GOULDING, Michael. Os Bagres Balizadores: Ecologia, Migração e Conservação de Peixes Amazônicos. Série Estudos de Mamirauá, volume 3. Sociedade Civil Mamirauá/MCT-CNPq/IPAAM, Rio de Janeiro, 1997. 130p.

FROESE, R. and D. Pauly. Editors. 2007.FishBase. World Wide Web electronic publication. www.fishbase.org, version (04/2007).

SPARRE, P. & S. C. VENEMA. Introdução à avaliação de mananciais de peixes tropicais. Parte l: Manual. FAO Documento Técnico sobre as Pescas. No. 306/1, Rev.2.
Roma, FAO. 1997. 404p.

VANZOLINI, P.E. Métodos estatísticos elementares em sistemática zoológica. São Paulo: Ed. Hucitec., 1993.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

O Chumbo no Meio Ambiente...

O chumbo é um elemento abundante em toda a crosta terrestre e sua utilização já ocorria em épocas bem antigas. Ao longo do tempo, seu manuseio tem aumentado progressivamente. Quando em grandes concentrações, o contato humano com esse metal pode levar a distúrbios de praticamente todas as partes do organismo - sistema nervoso central, sangue e rins – culminando com a morte. Em doses baixas, há alteração na produção de hemoglobina (molécula presente nas células vermelhas do sangue, responsável pela ligação dessas células ao oxigênio) e processos bioquímicos cerebrais. Isso leva a alterações psicológicas e comportamentais sendo a diminuição da inteligência um dos efeitos.História da Intoxicação pelo ChumboHá uma longa história sobre a intoxicação pelo chumbo nos alimentos e bebidas. No Império Romano era comum devido ao fato de serem os canos feitos de chumbo, assim como os vasos onde se guardavam os vinhos e alimentos.A intoxicação ocupacional foi primeiramente pronunciada em 370 DC. Foi comum entre os trabalhadores do século XIX e início do século XX (como pintores, encanadores e outros). Em 1883 foi feita, na Inglaterra, a primeira legislação com relação à proteção de trabalhadores expostos, devido à morte de diversos empregados de empresas de chumbo em 1882.Atualmente, a intoxicação aguda pelo chumbo em países desenvolvidos tem sido controlada devido à melhoria das condições de trabalho. Entretanto, tem-se questionado os males causados pela exposição a doses baixas de chumbo durante um longo período, especialmente em crianças. Em 1943, um estudo nos EUA, com crianças expostas, levou a resultados comprovadores de alterações neuropsicológicas na exposição crônica a doses leves e após exposição aguda a doses altas.Muitas pesquisas foram feitas nos últimos 30 anos avaliando as concentrações de chumbo no sangue e seus efeitos. Assim, têm-se descoberto distúrbios com concentrações cada vez menores.Atualmente, o público mais afetado está localizado nos países mais pobres, representando minorias populacionais desfavorecidas. Exposição Ambiental ao ChumboA exposição ambiental ao chumbo aumentou bastante após o processo de industrialização e o aumento da mineração. É uma exposição maior que de outros elementos da natureza. Globalmente, calcula-se que cerca de 300 milhões de toneladas de chumbo já foram expostas no meio ambiente durante os últimos cinco milênios, especialmente nos últimos 500 anos. Após o advento do automobilismo, no início do século XX, aumentou-se bastante a exposição de chumbo devido ao seu uso junto com o petróleo.O consumo de chumbo aumentou significativamente nos países em desenvolvimento entre 1979 e 1990. Atualmente, a contaminação de chumbo nas águas, solo e ar continua significativa. Calcula-se que a concentração de chumbo no sangue era até 500 vezes menor nos seres humanos da era pré-industrial. Exposição ao Chumbo nas CriançasAs crianças são um grupo sensível aos efeitos do chumbo devido a vários fatores:- consumo por quilo de peso é maior do que nos adultos;- crianças colocam objetos na boca com freqüência, que levam sujeiras do solo;- a absorção de chumbo pelo organismo das crianças é maior do que pelo adulto;- crianças pequenas estão em desenvolvimento rápido e constante, seus sistemas não estão completamente desenvolvidos e assim são mais vulneráveis aos efeitos do chumbo.Como já dito anteriormente, as crianças mais pobres estão bem mais sujeitas à intoxicação, devido ao local de residência ser perto de indústrias ou de vias de alto tráfego e devido à desnutrição como fator agravante.É comprovadamente sabido dos danos que a exposição contínua a baixas doses de chumbo leva a crianças pequenas – diminuição importante do desenvolvimento intelectual – efeitos esses geralmente irreversíveis. Percebe-se que para cada 10 microgramas acima da concentração de 25 microgramas no sangue, há uma diminuição no QI de 1 a 3 pontos. Onde está o Chumbo no Meio Ambiente?Diferente da intoxicação aguda que geralmente tem sua fonte facilmente detectável, a exposição prolongada deve-se a várias fontes – petróleo, processos industriais, tintas, soldas em enlatados, canos de água, ar, poeira, sujeira das ruas e vias, solo, água e alimentos. O chumbo proveniente do petróleo é o maior contribuinte para a exposição corpórea e a maior forma de distribuição do metal no meio ambiente. Daí contamina-se o solo, ar e água. É um grande problema ambiental que somente recentemente tem sido valorizado pelos países em desenvolvimento. Exposição OcupacionalÉ ainda algo comum, manifestando-se de diversas maneiras. Algumas profissões têm um risco muito maior: montagem de veículos, montagem e recuperação de baterias, soldagem, mineração, manufaturação de plásticos, vidros, cerâmicas e indústrias de tintas, oficinas de artesanato. Há várias situações em que o local de trabalho é a própria casa o que leva a exposição às crianças e vizinhança. Legislações rigorosas têm sido seguidas nos países ricos há algum tempo, o que não ocorre nos países do terceiro mundo, onde várias regiões podem estar sendo expostas devido a fábricas sem uso de proteção ambiental. Exposição AmbientalPaíses DesenvolvidosNesses países, tem-se conseguido uma diminuição no uso de chumbo principalmente no petróleo, nos últimos anos. A concentração sangüínea de chumbo nos cidadãos diminuiu drasticamente nos últimos 20 anos. Nos EUA, essa diminuição foi de 78%. Programas de prevenção à exposição ao chumbo estão tendendo a focalizar em crianças moradoras de casas antigas, provenientes de minorias de baixa renda. Outros países onde também houve essa diminuição foram a Alemanha, Bélgica, Nova Zelândia, Suécia e Inglaterra. Países em DesenvolvimentoO chumbo continua a ser um importante problema de saúde pública nesses países, com várias formas de exposição. Na América Latina, a exposição é pequena através de tintas, mas é grande através de cerâmicas. A exposição por diversas fontes parece ser até mais importante do que pelo petróleo, especialmente na população pobre – mineração, fábricas de baterias, artesanato, fundições. Países como Jamaica e Albânia tiveram suas populações expostas (residentes de áreas perto de fábricas) estudadas tendo sido demonstrado uma concentração sangüínea duas vezes maior do que as pessoas não expostas. A China também contribui com dados parecidos, sendo que houve grande número de crianças com taxas sangüíneas altas mesmo morando longe de fábricas, o que sugere ser devido à exposição ao petróleo (combustíveis) que tem grande quantidade de chumbo naquele país. No México, o risco de exposição ao chumbo esteve relacionado com o tipo de cerâmica utilizada para o preparo da alimentação, concentração de chumbo do ar devido à emissão por veículos e na sujeira e poeira com as quais as crianças têm contato. A África tem um petróleo com as maiores concentrações de chumbo do planeta. O nível de chumbo no solo também é grande. A exposição às crianças é um problema sério de saúde pública, que está relacionado com o nível cultural dos pais e a situação sócio-econômica. Na Tailândia, após a retirada do chumbo dos combustíveis, houve uma melhora importante nas concentrações atmosféricas locais.ConclusãoDevido à dificuldade de se acabar com as exposições globais de chumbo a curto e médio prazo, muito deve ser feito para localizar populações de risco e assim, alterar ciclos de poluição que por ventura possam estar se perpetuando. Dentre as várias intervenções internacionais que podem diminuir a utilização do chumbo e assim sua exposição estão:- Remoção do chumbo do petróleo e aditivos, tintas, vasilhas de estocagem de alimentos, cosméticos e medicamentos.- Diminuição da dissolução de chumbo nos sistemas de tratamento e distribuição de água.- Melhora do controle nos locais de trabalho, através de fiscalizações mais sérias.- Melhora da identificação de populações de risco.- Melhora de procedimentos preventivos através da educação populacional.- Promoção de programas que visem a diminuição da desnutrição e de outros fatores que agravem a intoxicação ao chumbo.- Desenvolvimento de monitorização internacional através de programas de controle de qualidade.Cerca de 100 países, a maioria desenvolvidos, ainda utilizam o chumbo no petróleo. Evidências de pesquisas demonstraram ser a retirada do chumbo presente no petróleo um dos meios mais eficientes para a sua diminuição atmosférica. Muitos países em desenvolvimento já começaram sua luta contra o chumbo: Bangladesh, China, Egito, Haiti, Honduras, Hungria, Índia, Kuwait, Nicarágua, Malásia e Tailândia. O sucesso desse movimento está dependente do compromisso sério dos governos, incentivando políticas favoráveis para que um amplo consenso seja atingido. Não se pode deixar de enfatizar, em última análise, a importância da união de diversos grupos de países nesse objetivo.Fonte: Bulletin of The World Health OrganizationIntroduçãoO chumbo é um elemento abundante em toda a crosta terrestre e sua utilização já ocorria em épocas bem antigas. Ao longo do tempo, seu manuseio tem aumentado progressivamente. Quando em grandes concentrações, o contato humano com esse metal pode levar a distúrbios de praticamente todas as partes do organismo - sistema nervoso central, sangue e rins – culminando com a morte. Em doses baixas, há alteração na produção de hemoglobina (molécula presente nas células vermelhas do sangue, responsável pela ligação dessas células ao oxigênio) e processos bioquímicos cerebrais. Isso leva a alterações psicológicas e comportamentais sendo a diminuição da inteligência um dos efeitos.Uma pesquisa sobre o tema foi realizada pelo Dr. Shilu Tong e colaboradores, do Centro de Pesquisa em Saúde Pública da Universidade de Tecnologia de Queensland, Brisbane – Austrália. Um artigo sobre a pesquisa foi publicado no Boletim da OMS deste ano. Um resumo desse artigo segue abaixo.História da Intoxicação pelo ChumboHá uma longa história sobre a intoxicação pelo chumbo nos alimentos e bebidas. No Império Romano era comum devido ao fato de serem os canos feitos de chumbo, assim como os vasos onde se guardavam os vinhos e alimentos.A intoxicação ocupacional foi primeiramente pronunciada em 370 BC. Foi comum entre os trabalhadores do século XIX e início do século XX (como pintores, encanadores e outros). Em 1883 foi feita, na Inglaterra, a primeira legislação com relação à proteção de trabalhadores expostos, devido à morte de diversos empregados de empresas de chumbo em 1882.Atualmente, a intoxicação aguda pelo chumbo em países desenvolvidos tem sido controlada devido à melhoria das condições de trabalho. Entretanto, tem-se questionado os males causados pela exposição a doses baixas de chumbo durante um longo período, especialmente em crianças. Em 1943, um estudo nos EUA, com crianças expostas, levou a resultados comprovadores de alterações neuropsicológicas na exposição crônica a doses leves e após exposição aguda a doses altas.Muitas pesquisas foram feitas nos últimos 30 anos avaliando as concentrações de chumbo no sangue e seus efeitos. Assim, têm-se descoberto distúrbios com concentrações cada vez menores.Atualmente, o público mais afetado está localizado nos países mais pobres, representando minorias populacionais desfavorecidas. Exposição Ambiental ao ChumboA exposição ambiental ao chumbo aumentou bastante após o processo de industrialização e o aumento da mineração. É uma exposição maior que de outros elementos da natureza. Globalmente, calcula-se que cerca de 300 milhões de toneladas de chumbo já foram expostas no meio ambiente durante os últimos cinco milênios, especialmente nos últimos 500 anos. Após o advento do automobilismo, no início do século XX, aumentou-se bastante a exposição de chumbo devido ao seu uso junto com o petróleo.O consumo de chumbo aumentou significativamente nos países em desenvolvimento entre 1979 e 1990. Atualmente, a contaminação de chumbo nas águas, solo e ar continua significativa. Calcula-se que a concentração de chumbo no sangue era até 500 vezes menor nos seres humanos da era pré-industrial. Exposição ao Chumbo nas CriançasAs crianças são um grupo sensível aos efeitos do chumbo devido a vários fatores:- consumo por quilo de peso é maior do que nos adultos;- crianças colocam objetos na boca com freqüência, que levam sujeiras do solo;- a absorção de chumbo pelo organismo das crianças é maior do que pelo adulto;- crianças pequenas estão em desenvolvimento rápido e constante, seus sistemas não estão completamente desenvolvidos e assim são mais vulneráveis aos efeitos do chumbo.Como já dito anteriormente, as crianças mais pobres estão bem mais sujeitas à intoxicação, devido ao local de residência ser perto de indústrias ou de vias de alto tráfego e devido à desnutrição como fator agravante.É comprovadamente sabido dos danos que a exposição contínua a baixas doses de chumbo leva a crianças pequenas – diminuição importante do desenvolvimento intelectual – efeitos esses geralmente irreversíveis. Percebe-se que para cada 10 microgramas acima da concentração de 25 microgramas no sangue, há uma diminuição no QI de 1 a 3 pontos. Onde está o Chumbo no Meio Ambiente?Diferente da intoxicação aguda que geralmente tem sua fonte facilmente detectável, a exposição prolongada deve-se a várias fontes – petróleo, processos industriais, tintas, soldas em enlatados, canos de água, ar, poeira, sujeira das ruas e vias, solo, água e alimentos. O chumbo proveniente do petróleo é o maior contribuinte para a exposição corpórea e a maior forma de distribuição do metal no meio ambiente. Daí contamina-se o solo, ar e água. É um grande problema ambiental que somente recentemente tem sido valorizado pelos países em desenvolvimento. Exposição OcupacionalÉ ainda algo comum, manifestando-se de diversas maneiras. Algumas profissões têm um risco muito maior: montagem de veículos, montagem e recuperação de baterias, soldagem, mineração, manufaturação de plásticos, vidros, cerâmicas e indústrias de tintas, oficinas de artesanato. Há várias situações em que o local de trabalho é a própria casa o que leva a exposição às crianças e vizinhança. Legislações rigorosas têm sido seguidas nos países ricos há algum tempo, o que não ocorre nos países do terceiro mundo, onde várias regiões podem estar sendo expostas devido a fábricas sem uso de proteção ambiental. Exposição AmbientalPaíses DesenvolvidosNesses países, tem-se conseguido uma diminuição no uso de chumbo principalmente no petróleo, nos últimos anos. A concentração sangüínea de chumbo nos cidadãos diminuiu drasticamente nos últimos 20 anos. Nos EUA, essa diminuição foi de 78%. Programas de prevenção à exposição ao chumbo estão tendendo a focalizar em crianças moradoras de casas antigas, provenientes de minorias de baixa renda. Outros países onde também houve essa diminuição foram a Alemanha, Bélgica, Nova Zelândia, Suécia e Inglaterra. Países em DesenvolvimentoO chumbo continua a ser um importante problema de saúde pública nesses países, com várias formas de exposição. Na América Latina, a exposição é pequena através de tintas, mas é grande através de cerâmicas. A exposição por diversas fontes parece ser até mais importante do que pelo petróleo, especialmente na população pobre – mineração, fábricas de baterias, artesanato, fundições. Países como Jamaica e Albânia tiveram suas populações expostas (residentes de áreas perto de fábricas) estudadas tendo sido demonstrado uma concentração sangüínea duas vezes maior do que as pessoas não expostas. A China também contribui com dados parecidos, sendo que houve grande número de crianças com taxas sangüíneas altas mesmo morando longe de fábricas, o que sugere ser devido à exposição ao petróleo (combustíveis) que tem grande quantidade de chumbo naquele país. No México, o risco de exposição ao chumbo esteve relacionado com o tipo de cerâmica utilizada para o preparo da alimentação, concentração de chumbo do ar devido à emissão por veículos e na sujeira e poeira com as quais as crianças têm contato. A África tem um petróleo com as maiores concentrações de chumbo do planeta. O nível de chumbo no solo também é grande. A exposição às crianças é um problema sério de saúde pública, que está relacionado com o nível cultural dos pais e a situação sócio-econômica. Na Tailândia, após a retirada do chumbo dos combustíveis, houve uma melhora importante nas concentrações atmosféricas locais.ConclusãoDevido à dificuldade de se acabar com as exposições globais de chumbo a curto e médio prazo, muito deve ser feito para localizar populações de risco e assim, alterar ciclos de poluição que por ventura possam estar se perpetuando. Dentre as várias intervenções internacionais que podem diminuir a utilização do chumbo e assim sua exposição estão:- Remoção do chumbo do petróleo e aditivos, tintas, vasilhas de estocagem de alimentos, cosméticos e medicamentos.- Diminuição da dissolução de chumbo nos sistemas de tratamento e distribuição de água.- Melhora do controle nos locais de trabalho, através de fiscalizações mais sérias.- Melhora da identificação de populações de risco.- Melhora de procedimentos preventivos através da educação populacional.- Promoção de programas que visem a diminuição da desnutrição e de outros fatores que agravem a intoxicação ao chumbo.- Desenvolvimento de monitorização internacional através de programas de controle de qualidade.Cerca de 100 países, a maioria desenvolvidos, ainda utilizam o chumbo no petróleo. Evidências de pesquisas demonstraram ser a retirada do chumbo presente no petróleo um dos meios mais eficientes para a sua diminuição atmosférica. Muitos países em desenvolvimento já começaram sua luta contra o chumbo: Bangladesh, China, Egito, Haiti, Honduras, Hungria, Índia, Kuwait, Nicarágua, Malásia e Tailândia. O sucesso desse movimento está dependente do compromisso sério dos governos, incentivando políticas favoráveis para que um amplo consenso seja atingido. Não se pode deixar de enfatizar, em última análise, a importância da união de diversos grupos de países nesse objetivo.Fonte: Bulletin of The World Health Organization

sábado, 18 de outubro de 2008

Pirarucu - A Lenda

Pirarucu era um índio que pertencia a tribo dos Uaiás que habitava as planícies de Lábrea no Sudoeste da Amazonia. Ele era um bravo guerreiro mas tinha um coração perverso, mesmo sendo filho de Pindarô, um homem de bom coração e também chefe da tribo.
Pirarucu era cheio de vaidades, egoísmo e excessivamente orgulhoso de seu poder. Um dia, enquanto seu pai fazia uma visita amigável a tribos vizinhas, Pirarucu se aproveitou da ocasião para tomar como refém índios da aldeia e executá-los sem nenhuma motivo. Pirarucu também adorava criticar os deuses.
Tupã, o deus dos deuses, observou Pirarucu por um longo tempo, até que cansado daquele comportamento decidiu punir Pirarucu. Tupã chamou Polo e ordenou que ele espalhase seu mais poderoso relâmpago na área inteira. Ele também chamou Iururaruaçú, a deusa das torrentes, e ordenou que ela provocasse as mais fortes torrentes de chuva sobre Pirarucú, que estava pescando com outros índios as margens do rio Tocantins, não muito longe da aldeia.
O fogo de Tupã foi visto por toda a floresta. Quando Pirarucu percebeu as ondas furiosas do rio e ouviu a voz enraivecida de Tupã, ele somente as ignorou com uma risada e palavras de desprêzo. Então Tupã enviou Xandoré, o demônio que odeia os homens, para atirar relâmpagos e trovões sobre Pirarucu, enchendo o ar de luz. Pirarucu tentou escapar, mas enquanto ele corria por entre os galhos das árvores, um relâmpago fulminante enviado por Xandoré, acertou o coracão do guerreiro que mesmo assim ainda se recusou a pedir perdão.
Todos aqueles que se encontravam com Pirarucu correram para a selva terrivelmente assustados, enquanto o corpo de Pirarucu, ainda vivo, foi levado para as profundezas do rio Tocantins e transformado em um gigante e escuro peixe. Pirarucu desapareceu nas águas e nunca mais retornou, mas por um longo tempo foi o terror da região.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Polícia Federal apreende mais de 800 pássaros silvestres no sábado

Ao todo, quase 800 aves estavam em caixas de madeira e papelão, dentro de um ônibus. Alguns pássaros são de espécies em extinção. A polícia federal prendeu quatro pessoas.

Os pássaros foram apreendidos pela Polícia Federal em um ônibus que estava parado em um posto de gasolina, na Rodovia Presidente Dutra, na saída da Linha Vermelha. Entre as aves silvestres, havia tico-tico, corrupião, trinca-ferro e papagaios.
Algumas chegaram mortas à sede da Polícia Federal, no Centro do Rio. As aves são do sul da Bahia e seriam vendidas na feira de Caxias, na Baixada Fluminense. Quatro pessoas foram presas em flagrante. Um deles, identificado como Jairo José Alvez dos Reis, seria o maior traficante de animais do estado, segundo a Policia Federal.
Os presos vão responder pelos crimes de receptação qualificada, formação de quadrilha e crime ambiental. Se forem condenados, eles podem pegar de 4 a 11 anos de prisão. Os pássaros foram levados para o Centro de Triagem de Seropédica e serão devolvidos à natureza assim que se recuperarem.
Esta foi a segunda apreensão de pássaros na Rodovia Presidente Dutra, em menos de uma semana. Na última quinta-feira, a polícia apreendeu 200 filhotes de papagaio.
As aves estavam em uma van, que vinha de Minas Gerais. Os filhotes eram transportados em caixas de papelão. Segundo a polícia, também seriam revendidos em feiras na Baixada e no subúrbio. O motorista da van, Fabiano de Jesus Santos, foi preso em flagrante por crime ambiental e contrabando de animais silvestres.
“Quem adquire um animal silvestre também comete um crime e alimenta o tráfego de animais e alimenta a crueldade com os animais e a destruição do meio ambiente”, afirma o delegado da Polícia Federal Alexandre Silva Saraiva.
Por isso, é sempre bom ter referências quando for comprar qualquer bicho de estimação. É preciso saber se a loja está licenciada para comercializar os animais. Segundo a Polícia Federal, só nos últimos três meses foram mais de 1,3 mil aves apreendidas no estado do Rio.
Para falar mais sobre o assunto, a repórter Susana Naspolini conversou o delegado do Meio Ambiente da Polícia Federal, Alexandre Silva Saraiva. Ele informou que metade dos pássaros que foram apreendidos ontem morrereu, por causa da viagem e dos maus tratos.
Repórter – Apesar da notícia triste, mas vocês conseguiram salvar metades dos pássaros graças a uma denúncia anônima que avisou sobre o tráfico. É importante que as pessoas participem?
Alexandre Silva Saraiva – É importante a participação de toda população nesse tipo de crime. A polícia trabalha com base nas informações que nos são passadas.
Agora, se a pessoa for comprar um bicho. Ela vai na loja para comprar o animal. De que forma ela pode se garantir de que não está levando para casa um animal ilegal que passou por tudo isso?
O ideal é não adquirir animal silvestre. O lugar de animal silvestre é solto na natureza. Mas se a pessoa mesmo assim queira ter um animal silvestre, ela deve conferir junto ao Ibama se esse animal veio de um criadouro autorizado.
Nessa prisão de ontem, quatro pessoas foram presas. Entre elas, estava um dos maiores traficantes de animais do estado. Ele está preso?
Com certeza, ele é uma das pessoas que tem maior influência no tráfico de animais no estado do Rio de Janeiro e ele está preso.
O que diz a lei sobre isso?
A legislação ambiental diz que é crime ter um animal silvestre, ter um depósito, transportar, comprar, vender, sem licenciamento do Ibama. Esse crime dá cadeia.
Quem quiser colaborar e denunciar o tráfico de animais, o telefone é 2203-4030.
Para assistir o vídeo:
http://rjtv.globo.com/Jornalismo/RJTV/0,,MUL796114-9101,00.html

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Editorial: Pela vida do rio Meia Ponte


Os ambientalistas e os que respeitam a natureza só podem ficar desolados com a constatação de que o Meia Ponte está com a sua vida comprometida pela poluição, que ataca este rio, atualmente, em toda a sua extensão de 430 quilômetros.
Conforme mostrou reportagem deste jornal na edição de ontem, a poluição das águas do Meia Ponte se agrava a um grau elevadíssimo no trecho em que banha Goiânia, mas o rio sofre desde a sua nascente, no município de Itauçu, até a sua foz, quando deságua no Paranaíba.
O Meia Ponte e os tributários que ele acolhe na região de Goiânia foram determinante fator na escolha dessa área para a mudança da capitão do Estado. A abundância de água pesou fundamentalmente nas considerações da comissão que recomendou a escolha da área para a construção de Goiânia.
O Meia Ponte contribuiu, portanto, com grande benefício. Muito lamentável que, passados mais de 70 anos, esteja sendo sacrificado tanto por esta ligação com espaços de grande ocupação demográfica, à medida em que se aproxima da capital do Estado.
Se a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) não conseguiu despoluir na escala esperada, o que fazer? Esta desafiadora indagação tem de buscar resposta, e com muita urgência, numa mobilização para salvar o rio que comece pela adoção de medidas impositivas, mas que não estão sendo sequer cogitadas ainda. É hora de começar.

Fonte: www.opopular.com.br - 18/09/2008

Rio Meia Ponte tem 430 km poluídos - Goiás


Levantamento feito por técnico da semarh aponta que degradação atingiu manancial em praticamente toda a sua extensão

Patrícia Drummond
O Rio Meia Ponte agoniza. E o risco de morte percorre praticamente todos os 430 quilômetros de sua extensão, desde a nascente, no município de Itauçu, até a foz, em Nilópolis, distrito de Cachoeira Dourada. Quem afirma é o gestor e perito ambiental e sanitário Neri Caetano Barbosa, funcionário de carreira da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Goiás (Semarh) há 26 anos, 15 deles dedicados ao estudo das águas de um dos mais importantes mananciais do Estado. Ele está concluindo levantamento sobre a situação do Meia Ponte que será encaminhado oficialmente ao Ministério Público e à Delegacia Estadual do Meio Ambiente (Dema) nos próximos dias.
“O grande problema, hoje, do Meia Ponte, é a diminuição da vazão do rio para o abastecimento e a não diminuição, ao mesmo tempo, da carga orgânica lançada”, declara o especialista, sublinhando que o ideal, nesse caso, seria uma espécie de compensação do sistema. De acordo com ele, a situação pior do rio pode ser observada a partir do trecho onde deságua o Córrego Caveirinha, em Goiânia, até a Usina do Rochedo, em Piracanjuba. Abaixo desse ponto, até Cachoeira Dourada, o Meia Ponte apresenta melhores condições.
Neri aponta fatores que podem contribuir para o mau cheiro da água ou mesmo nas proximidades do manancial: a captação e a diminuição da vazão continuam a ocorrer como em outras épocas do ano, mas, no período de estiagem e de seca, a vazão é naturalmente mais baixa. Isso acentua os efeitos do lançamento de resíduos sem tratamento – cerca de 30%, atualmente, na capital – em águas pluviais ou diretamente no rio, de forma clandestina.
TratamentoO gestor e perito ambiental e sanitário ressalta que a Estação de Tratamento de Esgoto de Goiânia (ETE) ainda não promove tratamento completo do esgoto despejado no Meia Ponte. “A eficiência do sistema, como funciona hoje, é de 52%”, destaca. “Trabalhamos, por enquanto, com o tratamento em nível primário, quando o processo completo inclui, ao todo, três etapas”. Segundo Neri Barbosa, atualmente ocorre, na ETE, apenas a precipitação química do lodo, uma precipitação forçada, com o uso de substâncias como o sulfato de alumínio e o polímero. Antes, há a precipitação preliminar – com o uso de grades, por exemplo –, para separar o material bruto e grosseiro, como paus, galhos e pedras.
“A próxima etapa do processo seria a digestão biológica do lodo, um processo de decantação primária do material, que envolve as bactérias. Na seqüência, teríamos o processo de maturação, mais uma desinfecção natural do lodo, com a ajuda dos raios solares”, enumera o especialista. Ele explica que o lodo é composto por bactérias e, quando elas morrem, podem provocar um forte odor – aquele mau cheiro característico dos últimos dias, percebido por boa parte da população goianiense. A decantação biológica, induzida, com oxigenação, temperatura e PH adequados, possibilitam que as bactérias não morram e o lodo vai para o fundo do rio.
O monitoramento do Rio Meia Ponte, realizado por Neri Caetano Barbosa envolve características das indústrias ao longo do curso d’água, o tipo de esgoto que elas lançam no rio, a vazão em cada um dos trechos e o equivalente populacional. Observa que a nascente, em Itauçu, está desprotegida e que há indústria, na região, lançando o esgoto diretamente no rio. Entre Inhumas e Goiânia, há extração de areia e de argila. Outro problema, segundo o perito, é o despejo de dejetos sólidos na capital, onde o Meia Ponte recebe, ainda, o esgoto do Ribeirão Anicuns, onde deságuam Capim Puba, Cascavel, Botafogo, Macambira e Córrego do Mingau.


Cedo para comemorar
Reportagem publicada pelo POPULAR em 2005, sobre a recuperação do Rio Meia Ponte pós-inauguração da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), adivinhava o futuro do manancial. O texto anunciava que o Rio Meia Ponte começava a dar sinais de que poderia vencer a poluição.
A matéria mostrava que, em um ano, a ETE havia reduzido em quase 30% a carga de esgoto no rio. Até o dourado, peixe pouco resistente à poluição, reaparecera. Mas, como dizia a reportagem, era “cedo para muito entusiasmo”.

Fonte: http://www.opopular.com.br/ - 17/09/2008

domingo, 7 de setembro de 2008

SE O HOMEM PENSASSE COMO OS ANIMAIS

Se o homem pensasse como o pássaro, festejaria cada amanhecer com uma linda canção.

Se o homem pensasse como o cavalo, ultrapassaria os obstáculos com classe, firmeza e determinação.

Se o homem pensasse como o cão, faria do amor uma constante troca de carinho, lealdade e fidelidade.

Se o homem pensasse como o gato, teria calma e equilíbrio em qualquer dificuldade.

Se o homem pensasse como a abelha, constataria que nada se constrói sozinho.

Se o homem pensasse como a formiga, veria que trabalho e sucesso trilham o mesmo caminho.

Se o homem pensasse como a baleia, veria a importância do poder da solidariedade.

Se o homem tivesse a pureza e a simplicidade de ser dos animais, a paz mundial deixaria de ser um sonho e seria uma realidade.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Lenda do Aruanã

Aruanã, filho de Aruá e primo dos lendários Arumanás, vivia solitário e triste dentro das fundas águas do imenso Araguaia. Ele era um eterno enamorado da vida terrestre, particularmente da vida do homem. Um dia, a poderosa Jururá-Açú, deusa das chuvas, do orvalho e irmã de Iara, impelida por sagrado desejo, chamou em meio às águas os angás, os arumaçás e seus filhos, para irem honrar o poderoso Boto, senhor das águas, na funda Loca onde habitava o deus marinho. Todos os seres das águas do volumoso e imenso Araguaia correram para o fundo do rio, a fim de erguerem suaves preces entre cantos e louvores. Somente Aruanã não conseguiu com a turba e exclamou: – Pobre de mim, nas águas nasci, nas águas me criei, contudo já não tenho felicidade!Assim falou o valente Aruanã e colocando a cabeça fora da água, continuou:– Ó pai Tupã, se a ti próprio te apraz, a felicidade de um pobre mortal, se propício a mim, faze-me um ser humano e, se algum dia eu tenho que morrer, não me deixe nestas águas, tira-me delas. Tanto suplicou Aruanã que sua prece acabou sendo ouvida. No aprazível e sagrado monte Ibiapaba, Tupã observou - com seus olhos divinos e compadecidos - o que estava se passando nas margens do rio Araguaia:– Vai tu Polo e satisfaz os desejos de Aruanã. Obedecendo as ordens do supremo, o deus do vento, aproximou-se do local onde estava o formoso peixe e tomando-o levou-o para o verde campo. – És tu, um valente guerreiro, Tupã mais do que dele esperavas!, assim disse Polo, o deus dos ventos e desapareceu.Ó maravilha! Ali estava um homem! Então vieram, por ordem do criador, as belas e divinas Parajás, deusas da honra, do bem e da justiça e assim falaram:– Aruanã, peixe foste tu; Aruanãs hás de chamar-te daqui para o futuro.E, foi deste modo, que nasceram os valentes Aruanãs e habitaram as margens do lendário rio Juruá. Era uma tribo poderosa, laboriosa, resistente e reconhecida. Deles vieram mais tarde os Aruaques, que foram habitar as Antilhas, os Aruãs que ficaram na ilha de marajó; os Arucuinas, que habitaram nas fronteiras do Brasil com a lendária Guiana Francesa; os Arumás, que foram viver nos altos do rio Parú, os conservadores e canoros Karajás, que foram habitar as margens do Araguaia, onde todos os anos organizam o sagrado "Ritual do Aruanã", com suaves danças e divinos cantos, em homenagem ao inesquecível Aruanã, pai da nação Karajá.
Saiba mais...
Essa lenda fala do surgimento dos índios no Brasil, especialmente na região do Rio Araguaia. Essa história encontra-se publicada no site "Brasil, Mitos e Lendas" (http://www.rosanevolpatto.trd.br/), criado por Rosane Volpatto. Ali, a autora traz mais informações sobre rituais e características até mesmo não-lendárias dos povos indígenas.

Fonte: http://www.tribunadoplanalto.com.br/

sábado, 16 de agosto de 2008

TRILHAS DA PESCA - NOVA EMISSORA E HORÁRIO




Seja bem-vindo(a) ao Programa Trilhas da Pesca! Apresentado pela TV Brasil Central - TV Cultura para Goiânia e todo o estado de Goiás das 18:00 h às 19:00 hs todos os Domingo (com 01 Hora de duração) e também pode ser acompanhado ao vivo para todos os Países direto do site da emissora: www.agecom.go.gov.br/TBC.php (18:00 h no horário de Brasília). e pela RedeSAT, filial da TV Cultura, para Palmas e todo o estado do Tocantins às 12:30 Domingo (com 30 minutos de duração), trazemos o melhor da pesca esportiva e da culinária pra você, amante da natureza. VISITE O SITE DO PROGRAMA TRILHAS DA PESCA:http://www.trilhasdapesca.com.br/ASSISTA O PROGRAMA ONLINE!!